Pentágono remove conteúdos sobre diversidade após diretriz federal
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos começou a excluir mais de 26 mil imagens e postagens relacionadas a diversidade, equidade e inclusão (DEI) de suas plataformas digitais.
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos começou a excluir mais de 26 mil imagens e postagens relacionadas a diversidade, equidade e inclusão (DEI) de suas plataformas digitais. A informação foi divulgada pela Associated Press (AP) na 5ª feira (7.mar.2025).
O processo abrange todas as ramificações militares e pode chegar a 100 mil itens eliminados, incluindo conteúdo em mídias sociais e sites, segundo um oficial que falou à AP sob condição de anonimato.
A ação do Pentágono ocorre após uma ordem executiva do presidente Donald Trump que encerrou programas de diversidade no governo federal. Com base nessa ordem, o secretário de Defesa Pete Hegseth determinou que os militares apagassem conteúdo DEI até 4ª feira (6.mar.2025).
Entre os materiais marcados para exclusão estão referências a um herói condecorado da Segunda Guerra Mundial, à aeronave Enola Gay, que lançou a bomba atômica sobre Hiroshima ,e às primeiras mulheres a completarem o treinamento de infantaria dos Fuzileiros Navais.
A maior parte do conteúdo alvo destaca conquistas de mulheres e minorias, além de publicações sobre meses comemorativos dedicados a pessoas negras, hispânicas e mulheres.
A AP identificou confusão entre as agências sobre quais conteúdos exatamente eliminar. Algumas fotos foram marcadas apenas por conterem a palavra “gay” em seus arquivos, incluindo militares com esse sobrenome e imagens da aeronave Enola Gay. Fotos dos Tuskegee Airmen, primeiros pilotos militares negros dos EUA, também foram listadas, embora possam ser preservadas por seu valor histórico.
“Estamos satisfeitos com a rápida conformidade em todo o Departamento com a diretiva de retirar o conteúdo DEI de todas as plataformas”, afirmou John Ullyot, porta-voz do Pentágono, em comunicado à AP. Ele acrescentou que Hegseth declarou que “DEI está morto” e que tais programas “ameaçam a camaradagem e a execução de missões”.
A criação do banco de dados com as 26 mil imagens ligadas à diversidade visa a cumprir leis federais de arquivamento. Um oficial militar indicou à AP que a responsabilidade pela preservação de cada imagem ficou com cada unidade individual, o que pode comprometer a garantia de que todo o conteúdo foi adequadamente arquivado.