Brasil termina 2024 como a 10ª maior economia do mundo
O Brasil terminou 2024 como a 10ª maior economia do mundo.
O Brasil terminou 2024 como a 10ª maior economia do mundo. O PIB (Produto Interno Bruto) do país perdeu a 9ª posição para o Canadá na comparação com o ranking de 2023, de acordo com a agência de risco Austin Rating.
O Produto Interno Bruto é a soma de tudo o que o país produziu em determinado período. É um dos indicadores mais importantes do desempenho de uma economia. Se cresceu, a dinâmica está aquecida. Entenda na explicação ao final do texto.
O PIB do Brasil cresceu 3,4% em 2024. Em valores nominais, movimentou R$ 11,7 trilhões. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados nesta 6ª feira (7.mar.2025).
Segundo a Austin Rating, o PIB do Brasil somou US$ 2,18 trilhões em valores nominais. Havia sido de US$ 2,17 trilhões no ano anterior. Já o Canadá subiu de US$ 2,14 trilhões para US$ 2,21 trilhões no período.
Os Estados Unidos têm a maior economia do mundo, com US$ 29,17 trilhões em 2024. O top 3 inclui, também, a China (US$ 18,27 trilhões) e a Alemanha (US$ 4,71 trilhões).
Como o levantamento da Austin Rating é realizado em dólar, a desvalorização do real em comparação com a moeda norte-americana impacta o desempenho da economia brasileira. O Poder360 mostrou que, com o dólar a R$ 6,00, o país corria o risco de sair do top 10 maiores economias do mundo.
Logo atrás do Brasil está a Rússia (US$ 2,11 trilhões) e a Coreia do Sul (US$ 1,87 trilhões).
PIB SUBESTIMADO
Agentes financeiros, órgãos públicos e associações subestimaram o crescimento da economia brasileira em 2024. As estimativas disponíveis no início do ano indicavam que o PIB iria variar até aproximadamente 2% na comparação com 2023.
As estimativas foram se aproximando conforme os trimestres avançaram. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou o ritmo aquecido, com integrantes compartilhando os dados do PIB em massa.
"Continuamos com o PIB crescendo e criando mais emprego e renda na mão dos brasileiros", disse o petista quando saiu o resultado do 3º trimestre, em setembro.
Por outro lado, uma economia aquecida acima do esperado trouxe um impacto na inflação. Na tentativa de controlar os preços, o Banco Central iniciou um processo de alta nos juros. Está em 13,25% ao ano.
As taxas mais elevadas encarecem o crédito, o que desacelera o consumo e a produção. Como consequência, os preços tendem a não aumentar de forma tão rápida.
Parte do crescimento se explica por um perfil do próprio governo. O “welfare state” de quase R$ 400 bilhões por ano com programas sociais e transferências de renda impulsiona a economia, mas impõe desafios para o ajuste das contas públicas.
Leia as principais reportagens do Poder360 sobre o tema:
- "Welfare state" do Brasil tem ações com ao menos R$ 397 bi por ano
- 20 de 27 unidades da Federação têm programa de transferência de renda local
- Há indício de impacto do Bolsa Família no trabalho, diz estudo
- 12 Estados têm mais Bolsa Família do que empregados com carteira
- 56% das vagas formais ficam com beneficiários do Bolsa Família
- Gasto com seguro-desemprego sobe 21% desde 2022
ENTENDA O PIB
O resultado oficial é calculado de duas formas pelo IBGE: 1) pela ótica da oferta, que considera tudo o que foi produzido no país, e 2) pela ótica da demanda, que considera tudo o que foi consumido.
Pelo lado da oferta, são considerados:
- a indústria;
- os serviços;
- a agropecuária.
Já pelo lado da demanda, são considerados:
- o consumo das famílias;
- o consumo do governo;
- os investimentos;
- as exportações menos as importações.
O resultado é apresentado trimestralmente pelo IBGE, que tem até 90 dias depois do fechamento de um período para fazer a divulgação. Os dados consolidados, entretanto, ficam prontos só depois de 2 anos.