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Políticos exploram a fama do filme sobre a ditadura militar

O "famoso" deputado estadual da extrema direita de Mato Grosso, Gilberto Cattani, aquele que comparou as mulheres às vacas, fez seu videozinho criticando o filme "comunista" para aparecer nas redes sociais.


Foto: PNB Online

O "famoso" deputado estadual da extrema direita de Mato Grosso, Gilberto Cattani, aquele que comparou as mulheres às vacas, fez seu videozinho criticando o filme "comunista" para aparecer nas redes sociais. A cena ridícula espelhou a estatura política do parlamentar, sem surpresa. A crítica foi unânime: uma performance que emocionou o seu gado de leite.

O governo de Mato Grosso pegou carona no clima do Oscar e fez uma série de peças de autopromoção. O governador Mauro Mendes apareceu auto-glorificado como merecedor de ganhar Oscar em todas as categorias: melhor governador brasileiro; melhor direção de governo; melhores obras; melhores cuidados com os servidores públicos; melhor gestão dos presídios; melhor gestão de segurança pública, entre outros prêmios. O cumprimento à vitória do cinema brasileiro mereceu uma linha, discreta, nas suas publicações.

Na chamada propaganda de oportunidade, a série cumpriu seu papel. Uma verdadeira cirurgia de apagamento ideológico: usou do Oscar sem comprometer o governador com o conteúdo do filme, sem entrar no mérito da história real: o drama de uma família brasileira vítima da ditadura militar.

"Ditadura nunca mais"

O diretor do filme, Walter Salles contou que o discurso original de agradecimento pelo prêmio concedido pela academia norte-americana de cinema reforçava a trajetória de Eunice Paiva e abordava temas como resistência e afeto. Na hora da premiação ele falou de improviso, depois comentou sobre o texto que tinha preparado para ler.

"O texto falava de Nanda (Fernanda Torres) e Dona Fernanda (Fernanda Montenegro) como representantes do que temos de melhor no Brasil e de como a arte sobreviveu e floresceu. Terminava dizendo que os governos autoritários surgem, mas acabam sumindo no esgoto da história. O cinema vira memória", destacou.
O diretor também revelou que pretendia encerrar seu momento no palco do Oscar com uma frase em português: "Ditadura nunca mais", afirmou.

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