A Organização das Nações Unidas (ONU) destaca a importância de aumentar a participação de mulheres na ciência como um passo essencial para promover a igualdade de gênero e o empoderamento de meninas e mulheres. Em 2015, a ONU estabeleceu o dia 11 de fevereiro como o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, incentivando ações que visem a inclusão desse público nas áreas científicas. No Brasil, a situação é ainda mais complexa devido à intersecção entre gênero e raça. Uma pesquisa realizada em 2023 pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro revelou que apenas 2,5% dos professores em programas de pós-graduação nas ciências exatas eram mulheres pretas, pardas ou indígenas, enquanto a presença de mulheres brancas chegava a 29,2%.
A professora Márcia Pereira, que é a única mulher negra no corpo docente do Centro Tecnológico da Universidade Federal do Espírito Santo, ressalta a relevância de sua atuação como um exemplo para as novas gerações. Ela defende a implementação de políticas de cotas raciais como uma estratégia vital para promover a diversidade no ensino superior. Daphny Santos, estudante de Matemática no ImpaTech, também enfatiza a necessidade de representatividade e a importância das cotas, que asseguram 50% das vagas para alunos oriundos de escolas públicas e 25% para pessoas pretas, pardas, indígenas, quilombolas ou com deficiência. Essa política é vista como um passo importante para a inclusão.
A médica e pesquisadora Monique França, que se beneficiou do sistema de cotas, compartilha que a educação transformou sua trajetória. Ela acredita que a presença de mulheres negras na academia é fundamental para discutir temas frequentemente ignorados, como o racismo no setor de saúde. A pesquisadora Márcia Cândido aponta que a diversidade é uma fonte de novas ideias e inovações na pesquisa científica. Contudo, a implementação da lei de cotas ainda enfrenta obstáculos, como a fragmentação das vagas disponíveis. Recentemente, o Congresso Nacional aprovou uma atualização na legislação, aumentando a reserva de vagas para 30% e incluindo grupos indígenas e quilombolas. A adoção de mudanças nos processos seletivos para docentes, como a criação de editais únicos, pode facilitar a ampliação das vagas e garantir a aplicação efetiva da lei de cotas. Essas medidas são vistas como essenciais para promover uma maior inclusão e diversidade no ambiente acadêmico.
Publicado por Patrícia Costa
*Reportagem produzida com auxílio de IA
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