Ícone das Diretas Já, Dante de Oliveira completaria 73 anos se estivesse vivo hoje

Ícone das Diretas Já, Dante de Oliveira completaria 72 anos se estivesse vivo hoje (Foto: Reprodução) Se estivesse vivo, Dante de Oliveira completaria 73 anos nesta quinta-feira (06.

Ícone das Diretas Já, Dante de Oliveira completaria 73 anos se estivesse vivo hoje
Ícone das Diretas Já, Dante de Oliveira completaria 72 anos se estivesse vivo hoje (Foto: Reprodução)

Se estivesse vivo, Dante de Oliveira completaria 73 anos nesta quinta-feira (06.02). O político cuiabano, um dos principais ícones do movimento Diretas Já, é até hoje conhecido por sua atuação na defesa da redemocratização do Brasil. Em abril de 1984, a emenda de sua autoria, que propôs o restabelecimento das eleições diretas para presidente, foi votada no Congresso Nacional. Apesar de não ter sido aprovada, a mobilização em torno da proposta foi determinante para o fim do regime militar no país.

Naquele mesmo ano, Dante concedeu uma entrevista ao jornal Correio Braziliense, conduzida pelo jornalista Luccy de Oliveira, correspondente em Cuiabá. Em homenagem à trajetória do político, o PNB Online relembra a conversa, publicada sob o título "Oposição não procura vingança", que revela um político jovem, mas convicto da necessidade de uma mudança estrutural no país. Aos 32 anos, o deputado federal já era visto como uma das principais lideranças da oposição ao regime militar.

"Somente um presidente com respaldo popular terá condições de comandar o povo brasileiro para a formação de uma nova nação, instalando efetivamente um governo democrático de fato e de direito", afirmou na ocasião.

Na entrevista, Dante também destacou a importância de um sistema eleitoral transparente, que garantisse a segurança do voto. Muito semelhante às urnas eletrônicas atuais, ele menciona um projeto de sua autoria para a criação de um sistema eletrônico de apuração no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com ramais nos estados, a fim de evitar fraudes.

(Foto: Arquivo Hemeroteca Digital)

"Em qualquer dia que você fosse ao TSE, através dos programas do computador, poder-se-ia saber quantos eleitores haveria nesse dia em Mato Grosso, por exemplo", explicou.

A coragem, a posição firme contra o governo militar e contra o enfraquecimento das instituições também ficam evidentes ao longo da entrevista. Dante classificou o presidente João Figueiredo como "um fantoche nas mãos de Delfim Netto e dos grupos multinacionais" e afirmou que "um presidente que, numa crise dessas, fica contando os dias para sair, é um irresponsável".

Sobre a resistência dos militares às eleições diretas, Dante rechaçava as comparações com a Argentina e defendia que o Brasil tomasse um caminho próprio para a democracia. "Aqui teve o processo de anistia, que significa perdão. Creio que a gente deve esquecer o passado e partir para a construção de uma nova nação, dentro de um governo democrático".

Dante de Oliveira faleceu em 6 de julho de 2006, aos 54 anos, 22 anos após esta entrevista. A morte se deu em razão de complicações de uma sepse causada por pneumonia e diabetes mellitus, que resultaram em disfunção de múltiplos órgãos e choque refratário.