MP quer explicações sobre mudanças no atendimento das UBSs em Cuiabá

O promotor de Justiça Milton Mattos da Silveira Neto, titular da 7ª Promotoria de Justiça Cível da Capital – Defesa da Cidadania (Saúde), confirmou que deve se reunir nesta semana com a secretária municipal de Saúde, Lúcia Helena Sampaio, para cobrar explicações sobre o decreto que altera o sistema de atendimento nas unidades básicas de saúde (UBSs) de Cuiabá.

Ao PNB Online, o promotor disse que já esteve reunido com o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), que questiona o decreto do prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), determinando a suspensão dos agendamentos e do atendimento por livre demanda nas UBSs.

“Recebi o CRM, que trouxe essa preocupação. Eles vão levar formalmente uma representação à promotoria, e vamos acompanhar a situação. Na semana que vem, tenho uma reunião com a Dra. Lúcia e vou pedir explicações sobre isso para avaliar quais medidas tomar”, explicou o promotor, na sexta-feira (31/01).

Leia também: Abílio distorce informação e diz que CRM-MT mente sobre morte de paciente

Decreto em Cuiabá

Desde o dia 23 de janeiro, o CRM-MT tem se posicionado contra o decreto assinado pelo prefeito, que suspendeu os agendamentos de consultas nas UBSs da capital e determinou a priorização das demandas espontâneas, em razão do aumento do número de casos de arboviroses.

Uma das preocupações do CRM-MT é a falta de equipamentos e insumos necessários para o atendimento de pacientes em situações de urgência e emergência nas unidades básicas de saúde. Outro alerta do conselho diz respeito ao atraso nas consultas de pacientes com doenças crônicas e no acompanhamento pré-natal.

Na sexta-feira, o conselho denunciou o caso de uma paciente de 41 anos que morreu após buscar atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Tijucal, em Cuiabá, com suspeita de dengue. Sem equipamentos adequados para casos de urgência, a unidade acionou o Samu, que transferiu a paciente para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).

O prefeito rebateu as denúncias feitas pelo CRM-MT, classificando a situação como uma “guerra de narrativas” e fake news.