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Abílio Brunini

Gestão caótica: Abílio ignora apelos de Mauro Mendes e Max Russi

O governador Mauro Mendes (União) pediu que o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), fizesse uma gestão técnica.


Foto: PNB Online

O governador Mauro Mendes (União) pediu que o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), fizesse uma gestão técnica. O novo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Max Russi (PSB), pediu que Abílio dê um tempo na sua atividade de político-celular, produtor de selfies para caçar likes de seguidores, e sentar na cadeira de prefeito para trabalhar, trabalhar para todos. Até agora, os apelos de Mendes e Russi viraram pó, foram solenemente ignorados por Abílio. Ele é personalista demais; sem perfil técnico; pouco afeito ao trabalho duro e tem certeza de que sabe tudo de tudo, não precisa ouvir ninguém.

Abílio tem mostrado, por enquanto, que o pastor Marcos Ritela estava certo, numa avaliação que se mostra agora, em retrospecto, ser uma espécie de premonição. Segundo a Bíblia, é a sensação ou advertência antecipada do que vai acontecer. Um aviso feito pelo religioso do que estava reservado como punição para Cuiabá se insistisse em escolher pular no abismo da inexperiência e do despreparo de um político inabilitado para a função de prefeito. Estas foram as palavras premonitórias do religioso:

"Abílio não tem perfil para o Executivo. Ele é bom fiscalizador, legislador, mas não tem equilíbrio emocional para ser prefeito", afirmou o pastor em entrevista em outubro de 2023 na Rádio Cultura.

A notória falta de competência para o cargo de prefeito afeta diretamente a vida dos cuiabanos, com risco de mortes. O caos na saúde já registra situações trágicas, que não podem ser reduzidas, como quer o prefeito, a uma "guerra cultural de narrativas", um típico argumento da extrema direita bolsonarista quando quer abortar o fato e criar a versão. Abílio numa canetada mudou a Saúde do jeito que acha que tem quer ser. Não debateu previamente com a Câmara, com os servidores da Saúde, com o CRM, com o Sindicato dos Médicos, com o Conselho Regional de Enfermagem, com o Conselho Regional de Odontologia. Mudar na marra, sem ouvir ninguém fora seus subordinados, não é uma atitude de um gestor técnico, conforme o perfil que o governador Mauro Mendes pediu que Abílio adotasse como prefeito.

A primeira morte

O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), acusou o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), nesta sexta-feira (31/01) de mentir, ao divulgar a morte de uma mulher de 41 anos, que buscou atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Tijucal, em Cuiabá, com suspeita de dengue. Para Abílio tudo se resume a uma "guerra de narrativas" e um "dilema cultural" entre os profissionais de saúde que resistem às mudanças no atendimento nos postos de saúde. Resistem aos ditames e caprichos do prefeito. Sim, é bom que o CRM ofereça o devido contraponto, um compromisso ético e moral com a classe médica e respeito pela vida dos cuiabanos. Cuiabá não pode se curvar ao império da verdade única do prefeito Abílio.

Em coletiva ao lado da secretária municipal de Saúde, a médica Lúcia Helena Sampaio, o prefeito reafirmou o que já havia sido divulgado pelo CRM-MT: que a paciente foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Tijucal e, no dia seguinte, buscou novo atendimento na UBS do mesmo bairro. A mulher teria sido transferida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), onde foi encaminhada para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e veio a óbito.

"Nessa guerra cultural entre procedimentos e métodos de atendimento, surgem histórias que não podem ser tomadas como verdadeiras, criando um caos no processo de atendimento. […] Isso não é verdade e não pode ser tratado dessa forma. Uma unidade básica de saúde pode realizar o acolhimento de demanda espontânea e encaminhar procedimentos conforme determina a portaria do Ministério da Saúde e as diretrizes do SUS. Não estamos inovando nem inventando nada. No entanto, há aqueles que distorcem a realidade, disseminando mentiras e informações infundadas como essa, prejudicando o relacionamento que estamos construindo no sistema de saúde do município", declarou Abílio, insistindo em jogar os médicos contra a população.

No dia 23 de janeiro, Abílio assinou um decreto em que suspendia os agendamentos de consultas nas UBSs da capital e determinava que deveriam ser priorizadas as demandas espontâneas, em razão do aumento do número de casos de arboviroses.

O presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), o doutor Diogo Sampaio, criticou a situação. "Avisamos que casos assim ocorreriam. As UBSs não possuem estrutura para atendimentos de urgência. A Prefeitura de Cuiabá tem estimulado as pessoas a buscarem essas unidades, e a família dessa paciente seguiu a orientação. No local, não havia condições de atendê-la, o que levou ao óbito", afirmou.

A "guerra cultural" criada por Abílio provocou, diretamente, conforme o CRM, ou indiretamente, como se defende a prefeitura, a primeira morte de uma pessoa por conta do caos na Saúde de Cuiabá no início deste ano.

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