A família Bolsonaro e o seu "egoísmo militante"

Desde que Jair Messias Bolsonaro e suas crias políticas emergiram na cena pública brasileira, os filhos 01, 02 e 03, o Brasil viu nascer uma marca do que ficou conhecida como bolsonarismo, que parece reverberar na voz do dono da extrema direita.

Foto: PNB Online

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Desde que Jair Messias Bolsonaro e suas crias políticas emergiram na cena pública brasileira, os filhos 01, 02 e 03, o Brasil viu nascer uma marca do que ficou conhecida como bolsonarismo, que parece reverberar na voz do dono da extrema direita. A regra é essa: o sujeito pode ser aliado político; pode amarrar o seu projetinho ao projeto maior de Bolsonaro, mas jamais poderá ganhar a precedência de ser escolhido para disputar um cargo que seja cobiçado pela família Bolsonaro. Neste caso, a extrema direita no Brasil é uma questão de sangue: para suceder um Bolsonaro só outro Bolsonaro.

Os Bolsonaros, família carreirista da política, acreditam que estão acima do bem e do mal, e que todos os seguidores e aliados da direita devem total subserviência. Fora dessa obediência mansa, o castigo é imediato: queimar no inferno das redes sociais do bolsonarismo.

Nos Estados Unidos, o ideólogo da extrema direita norte-americana, Steve Bannon, ratificou o egoísmo militante da família Bolsonaro: depois de um Jair, só se for um Eduardo. A família Bolsonaro jamais apoiará qualquer candidato a qualquer cargo que seja cobiçado por eles, pai e filhos, principalmente o cargo de presidente da República. Bannon afirmou, conforme o site Metrópoles, que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL – SP) será presidente do Brasil em um "futuro não tão distante". Conhecido pelo trabalho como estrategista e ex-assessor de Donald Trump, ele é um dos mentores dos bolsonaristas.

Bannon tem aproveitado que políticos de direita de diferentes partes do mundo estão nos Estados Unidos (EUA) para a posse de Donald Trump para realizar alguns encontros.

Um deles foi um almoço realizado neste domingo (19/1), que contou com a presença de parlamentares brasileiros do Partido Liberal (PL), como Eduardo Bolsonaro.

No evento, o trumpista defendeu a ideia de que o deputado chegará ao cargo mais alto da política brasileira. "Essa é uma das pessoas mais importantes no nosso movimento pela soberania ao redor do mundo. E acho que um dia, e em um futuro não tão distante, [será] o presidente do Brasil", disse.

Eduardo, o filho, concordou com a possibilidade de ser mais um Bolsonaro candidato a presidente da República, porque na lógica do egoísmo militante, só quando esgotar todas as alternativas dentro da família Bolsonaro, Jair, Flávio, Eduardo e Carlos, é que o país poderá ter um candidato da extrema direita a presidente sem o puro sangue da família escolhida por Deus para comandar o Brasil.

Eduardo, conhecido por "Bananinha", como foi apelidado pela oposição, defendeu que a extrema direita pode voltar ao poder no Brasil, em 2026, com a eleição do pai dele, Jair Bolsonaro. Vale lembrar que o ex-presidente está inelegível após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o condenou por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação durante a campanha de 2022.

Steve Bannon também aproveitou o momento e criticou o fato de Jair Bolsonaro não ter sido autorizado a viajar para acompanhar a posse de Trump nos EUA. Ele afirmou que o político é um "lutador pela liberdade".

O passaporte de Bolsonaro está retido pela Polícia Federal por causa das investigações sobre o possível envolvimento dele com os planos de um golpe de Estado.

Trump x Lula

A família Bolsonaro acredita que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, poderá servir aos interesses eleitorais do pai e dos filhos: sufocar politicamente e economicamente o governo do presidente Lula e ajudar disseminar a ideia de que a extrema direita é a única alternativa para o Brasil. Desde que o líder desta alternativa extremista, o ungido, seja um membro da família. No Brasil, a extrema direita é privada, tem dono: a família Bolsonaro.

Para quem estiver mais interessado sobre o "egoísmo militante" da família Bolsonaro segue o link do artigo "A ideia plana e a repulsa ao Outro: o caso Bolsonaro (s)".

*Pedro Pinto de Oliveira é jornalista do PNB Online e professor da UFMT. Mestre em Ciências da Comunicação pela USP e doutor em Comunicação pela UFMG.