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Cisjordânia

Israel defende na ONU ataque a hospital na Faixa de Gaza

Israel defendeu na ONU (Organização das Nações Unidas) que a operação realizada no hospital Kamal Adwan, na Faixa de Gaza, foi necessária para neutralizar integrantes do Hamas.


Foto: UOL Notícias

Israel defendeu na ONU (Organização das Nações Unidas) que a operação realizada no hospital Kamal Adwan, na Faixa de Gaza, foi necessária para neutralizar integrantes do Hamas. O Conselho de Segurança da organização se reuniu na 6ª feira (3.jan.2025) para discutir ataques dos israelenses em instalações de saúde no enclave palestino.

Na reunião, o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, disse ter recebido uma carta do embaixador israelense na organização em Genebra, Daniel Meron. Nela, Meron afirmou que Israel tinha evidências "irrefutáveis" de que o Hamas havia militarizado o hospital. Segundo o embaixador, as forças israelenses tomaram "medidas extraordinárias" para proteger a vida de civis ao longo da operação.

"No entanto, Israel não forneceu informações suficientes para comprovar muitas dessas alegações", declarou Türk. "Se essas alegações forem verificadas, serão levantadas sérias preocupações de que grupos armados palestinos estariam usando a presença de civis de forma intencional para se protegerem de ataques, o que também equivaleria a um crime de guerra", disse.

O hospital Kamal Adwan, no norte da Faixa de Gaza, sofreu diversos ataques de Israel em dezembro. No fim do mês passado, o local foi desativado. Segundo a ONU, era o último grande centro de saúde em funcionamento na região, que abriga atualmente 75.000 palestinos.

Relatos indicaram que algumas áreas do hospital foram queimadas e severamente danificadas. Dentre elas, o laboratório, a unidade cirúrgica, o departamento de engenharia e manutenção e o centro cirúrgico.

"Uma catástrofe de direitos humanos continua a se desenrolar em Gaza diante dos olhos do mundo", disse Volker Türk na reunião de 6ª feira (3.jan). O Alto Comissário afirmou que as operações militares devem sempre distinguir entre alvos militares e civis. "O uso de armas pesadas contra hospitais é difícil de conciliar com esse princípio", declarou.

Ele disse que pediu investigações independentes, completas e transparentes sobre todos os ataques israelenses a hospitais, infraestrutura de assistência médica e pessoal médico, bem como sobre o suposto uso indevido de tais instalações.

Rik Peeperkorn, representante da OMS (Organização Mundial da Saúde) para a Cisjordânia e Gaza, afirmou que só 16 dos 36 hospitais da Faixa de Gaza permanecem parcialmente funcionais, sendo que a maioria não tem capacidade para tratar doenças crônicas e ferimentos complexos. "Até o momento, a OMS verificou 654 ataques a instalações de saúde em Gaza", declarou.

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