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Poder Internacional

Novo líder da Síria diz que eleições podem levar até 4 anos

O novo líder da Síria após a queda do ex-presidente Bashar al-Assad, Ahmed al-Sharaa, disse neste domingo (29.


Foto: O Globo

O novo líder da Síria após a queda do ex-presidente Bashar al-Assad, Ahmed al-Sharaa, disse neste domingo (29.dez.2024) que a realização de eleições na Síria pode levar até 4 anos. Foi a 1ª vez que ele comentou sobre um calendário eleitoral.

Al-Sharaa também lidera o principal grupo rebelde da Síria, HTS (Hayat Tahrir al-Sham), responsável pela queda de al-Assad do governo sírio em 8 de dezembro de 2024.

Al-Sharaa também teria afirmado em entrevista à emissora estatal saudita Al Arabiya que a elaboração de uma nova constituição pode levar até 3 anos. Além disso, disse que levaria cerca de um ano para os sírios verem mudanças drásticas.

Segundo a agência de notícias Reuters, a entrevista deve ser transmitida mais tarde neste domingo (29.dez).

Damasco (capital da Síria) tenta agora se posicionar para os países vizinhos como um governo moderado, se distanciando das raízes militantes. Contudo, o novo governo deixa dúvidas se avançará em direção à democracia e sobre a sua relação com países, como a Turquia e a Rússia, que participaram dos conflitos que duraram 13 anos.

Na entrevista, al-Sharaa disse que a Síria compartilha interesses estratégicos com a Rússia, que foi uma aliada próxima dos rebeldes durante a guerra civil e tem inclusive bases militares no país.

O país já prometeu proteger grupos minoritários que temem a imposição de um governo islâmico. Deverá agora evitar conflitos com os diversos grupos que também lutaram pela derrubada do ex-presidente Bashar.

A facção possui ideologia jihadista, ou seja, que defende uma "guerra santa" para instituir a Sharia, a lei islâmica. O regime de Assad, por outro lado, é secular, ou seja, separa o governo da religião.

Al-Sharaa, que costumava usar o codinome de guerra Abu Mohammed al-Jolani, disse inclusive que o HTS seria dissolvido, durante uma conferência. O grupo já foi afiliado ao Estado Islâmico e à Al-Qaeda.

ENTENDA O CONFLITO

O ex-presidente Bashar al-Assad renunciou e deixou o governo em 8 de dezembro, pouco antes de a capital síria ter sido tomada por grupos rebeldes que queriam a derrubada do regime Assad, cuja família estava no poder há 50 anos.

O ex-presidente da Síria está em Moscou (Rússia) e recebe asilo do governo de Vladimir Putin, de acordo com a estatal russa de notícias Tass.

A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011. Na época, o governo al-Assad reprimia as aspirações pela democracia. O Estado Islamico e outros grupos rebeldes se formaram para combater o regime.

A Rússia se tornou aliada do governo al-Assad contra os rebeldes e os Estados Unidos atuaram para reprimir os combatentes. Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).

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