Corrupção em concurso público: Polícia Civil prende vereadores e empresários em MT

A Polícia Civil deflagrou, nesta sexta-feira (20), a Operação Aletheia, que cumpre 34 ordens judiciais relacionadas a fraudes em concursos públicos e corrupção passiva na Câmara Municipal de General Carneiro, a 449 km de Cuiabá.

Foto: Gazeta Brasil

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A Polícia Civil deflagrou, nesta sexta-feira (20), a Operação Aletheia, que cumpre 34 ordens judiciais relacionadas a fraudes em concursos públicos e corrupção passiva na Câmara Municipal de General Carneiro, a 449 km de Cuiabá. Entre os presos estão o assessor jurídico, o tesoureiro e o presidente da Câmara Municipal.

A investigação foi iniciada após uma denúncia em Barra do Garças, que indicou a ocorrência de fraudes em um concurso público realizado pela Câmara Municipal. O concurso, organizado por uma empresa do ramo de Engenharia Civil contratada sem licitação, recebeu um pagamento de R$ 32 mil. A operação encontrou ainda documentos que ligam dois candidatos aprovados em cargos de destaque à gestão da Câmara Municipal.

Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de Barra do Garças, General Carneiro, Lambari d’Oeste, Rio Branco, Cáceres e Cuiabá, e envolvem:

  • 5 ordens de busca e apreensão;
  • 5 ordens de prisão;
  • 5 ordens de quebra de sigilo bancário;
  • 5 ordens de sequestro de contas bancárias;
  • 5 ordens de quebra de sigilo fiscal;
  • 5 ordens de quebra de sigilo telefônico;
  • 2 ordens de suspensão das atividades de empresas envolvidas;
  • 2 ordens cautelares de suspensão de atos de convocação, nomeação e posse dos candidatos aprovados.

De acordo com a Polícia Civil, as empresas contratadas para organizar o concurso simulavam uma concorrência durante o processo licitatório, mas na prática pertenciam ao mesmo grupo econômico e suspeito. Esse modus operandi foi identificado em diversos municípios de Mato Grosso, causando prejuízos milionários.

Os membros da Câmara Municipal e os representantes da empresa envolvida em esquema criminoso se reuniam regularmente para discutir estratégias de favorecimento a servidores já empregados na Câmara, em troca de apoio político. Durante a homologação do concurso, diversas denúncias sobre o esquema de fraude foram feitas, e novos elementos indicam ainda conflitos de interesse envolvendo a presidente da comissão do concurso e um dos candidatos aprovados.