A 5 dias da eleição presidencial nos EUA, o que dizem as pesquisas?

A corrida eleitoral nos Estados Unidos está se revelando uma das mais disputadas dos últimos tempos, com uma situação incomum a menos de uma semana das eleições.

A 5 dias da eleição presidencial nos EUA, o que dizem as pesquisas?

A corrida eleitoral nos Estados Unidos está se revelando uma das mais disputadas dos últimos tempos, com uma situação incomum a menos de uma semana das eleições.

Segundo novas pesquisas da CNN, Kamala Harris e Donald Trump seguem empatados na Geórgia e na Carolina do Norte. A Geórgia foi um dos estados que garantiu a vitória de Joe Biden em 2020. A Carolina do Norte, por sua vez, votou pelos republicanos nas últimas três eleições.

Faltando pouco tempo para o fim da corrida presidencial, os candidatos encontram dificuldade para firmar uma margem de eleitores que garanta os votos nos chamados "estados-pêndulo" do sul do país.

De acordo com a pesquisa, 48% dos eleitores da Geórgia afirmam que devem votar em Trump. Já 47% declaram voto em Kamala.

Na Carolina do Norte, o cenário é o inverso: 48% para Kamala, contra 47% de Trump.

“É muito interessante uma pesquisa que mostre a Kamala Harris a um ponto de vantagem do Donald Trump num estado como a Carolina do Norte, que é um estado que tradicionalmente vota em republicanos”, disse o professor de Ciência Política do Berea College, no estado americano de Kentucky, nos Estados Unidos, Carlos Gustavo Poggio, em entrevista ao WW nesta quinta-feira (31).

A Geórgia e a Carolina do Norte têm, cada estado, 16 delegados — sendo dois dos maiores colégios eleitorais entre os indefinidos.

A maioria dos eleitores da Geórgia confiam que Trump fará um trabalho melhor comandando a economia do que Harris. A vice-presidente enfrenta dificuldades em colar os feitos econômicos de Biden em sua campanha.

Segundo Gustavo Poggio, é difícil apontar um favorito claro neste momento. “Nós temos nesses estados-chave uma disputa muito apertada”, afirmou o especialista, ressaltando a imprevisibilidade do cenário atual.

Surpresa na Carolina do Norte

Kamala e seu vice, Tim Walz, passaram os últimos dias na Carolina do Norte. A campanha busca garantir um espaço maior no estado, que sofreu com o impacto do furacão Helene no final de setembro.

A democrata é preferida entre as mulheres, eleitores negros e os com diploma universitários. Trump vence entre homens e pessoas brancas sem formação acadêmica nos dois locais.

O professor Gustavo Poggio lembra que o ex-presidente Barack Obama venceu na Carolina do Norte por uma margem extremamente pequena, indicando que este padrão de resultados apertados pode se repetir em 2024.

“Me parece que nós vamos ter um cenário que vai se repetir este ano, quem quer que ganhe neste estado e em outros estados-chave”, projetou.

Votos antecipados

Os estados também têm uma briga apertada entre o número de votos antecipados.

Na carolina do norte, mais de 3,6 milhões de eleitores já votaram. A Geórgia segue de perto, com 3,4 milhões de pessoas que já compareceram ao pleito.

No total, quase 61 milhões de americanos votaram antes do dia cinco de novembro. Desses, pouco mais de 32 milhões escolheram seu candidato pessoalmente, e cerca de 28 milhões pelo correio.

Nesta quinta, Kamala e Trump passaram por dois "estados-pêndulo": Arizona e Nevada.

Pesquisas da CNN indicaram no início da semana que a disputa entre os candidatos nesses dois estados está acirrada e que o apoio do público latino nessas regiões é crucial.

Paralelo com eleições anteriores

Traçando um paralelo com as eleições de 2016 e 2020, o professor Poggio lembra que tanto a vitória de Trump quanto a de Biden em estados cruciais se deu por margens muito estreitas.

“A vitória do Biden em vários estados, como Arizona e Geórgia, foi também por margem muito pequena de votos, como a vitória do Trump em 2016, em estados como Wisconsin e Pensilvânia”, comparou.

“O cenário atual aponta para uma decisão que provavelmente será definida no detalhe, tornando impossível determinar o resultado com base em questões específicas e pontuais das campanhas dos candidatos”, conclui.