Professores da UFMT avaliam greve após paralisação de técnicos

Professores da UFMT avaliam greve após paralisação de técnicos (Foto: UFMT).

Professores da UFMT avaliam greve após paralisação de técnicos (Foto: UFMT).

A Associação de Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat), realiza, nesta quinta-feira (14.03), uma assembleia geral para debater, entre outros assuntos, um indicativo de greve da categoria. A reunião, agendada para o início da tarde, acontece no mesmo dia em que o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da UFMT (Sintuf-MT) dá início a uma paralisação por tempo indeterminado.

Em nota política de apoio ao Sintuf-MT, a associação de professores destaca a perda salarial sofrida pelas categorias nos últimos anos. "Os servidores públicos federais amargam significativa perda salarial diante de anos de congelamento, num cenário de altos índices inflacionários. O Andes-Sindicato Nacional estima que a perda salarial dos docentes esteja entre 40 e 50%, e a dos servidores públicos em geral, 35%", traz um trecho do documento.

De acordo com o Sintuf-MT, o movimento grevista é uma orientação nacional da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra). Na UFMT, os serviços essenciais da universidade serão mantidos em 30%. A guarita que dá acesso à UFMT via bairro Boa Esperança será fechada como ação estratégica para reduzir a movimentação no campus. Já a guarita da avenida Fernando Corrêa ficará aberta, porém com panfletagens e ações dos trabalhadores.

"Cerca de 60 universidades federais já aderiram a greve, considerando que o Governo Federal apresentou uma proposta com 0% de reajuste aos trabalhadores. Nós temos os menores salários de todo o Poder Executivo Federal. Não dá para continuar com essa situação. O Governo simplesmente concedeu reajustes esse ano para carreiras que possuem um salário muito maior, lutamos pela isonomia, pelo respeito à educação", destacou a coordenadora geral do Sintuf-MT, Luzia Melo.

Reivindicações dos técnicos

Os eixos da greve englobam uma série de demandas para os técnico-administrativos em educação da instituição. Primeiramente, destaca-se a necessidade de reestruturação do Plano de Cargos e Carreira, juntamente com um orçamento adequado que inclua a recomposição salarial. Além disso, há a exigência de uma recomposição orçamentária das instituições, estabelecendo como referência o patamar de 2015.

Outra demanda central é a revogação da IN /2023, que atualmente impede o direito de greve. Além disso, a implementação de uma carga horária de 30 horas para todos os envolvidos é uma pauta importante, assim como a oposição ao uso do ponto eletrônico.

Outros pontos incluem o reposicionamento dos aposentados, a realização de concursos para todos os cargos visando a reposição do quadro de funcionários e o consequente fim da terceirização. A deposição dos Reitores Interventores também é uma reivindicação central.

Ademais, a greve busca o fim da lista Tríplice e a adoção de paridade nas eleições para a Reitoria. A normatização do artigo 76 da Lei 8.112/90, garantindo horas fixas, é outro ponto importante, assim como a normatização do Plantão 12/60 nos Hospitais Universitários. A greve também se posiciona contra a Reforma Administrativa e a revogação da Lei da EBSERH. Por fim, há uma exigência pelo fim das normativas que dificultam o direito à insalubridade