Ministro da Defesa de Israel sobre o Irã: "não entenderão o que aconteceu nem como"

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, voltou a falar sobre os planos de contra-ataque ao Irã, em resposta ao lançamento de cerca de 200 mísseis contra o país, e advertiu que será “letal” e “surpreendente”.

Foto: YouTube

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O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, voltou a falar sobre os planos de contra-ataque ao Irã, em resposta ao lançamento de cerca de 200 mísseis contra o país, e advertiu que será “letal” e “surpreendente”. “Nosso ataque será letal, preciso e, o mais importante, surpreendente: (o Irã) não saberá o que aconteceu nem como aconteceu. Só verá os resultados”, afirmou o ministro durante uma visita à Unidade de Inteligência 9900 das Forças de Defesa de Israel.

Gallant também garantiu que tanto as tropas, como os oficiais e até o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, estão em sintonia com as ações que serão tomadas, prevendo sucesso na estratégia. “Toda a cadeia de comando está alinhada e focada neste assunto”, comentou, antes de mencionar que, em contraste, o ataque ordenado pelo regime iraniano na semana passada “foi agressivo, mas fracassou por ser impreciso”.

Pouco antes, Netanyahu defendeu mais uma vez a postura de Israel na luta contra o terrorismo, que o país combate ativamente desde 7 de outubro de 2023, afirmando que “só há uma força no mundo que está lutando contra o Irã”. Israel lidera “a guerra do mundo livre” e, por causa disso, “impedimos que o regime persa conquiste o Oriente Médio”.

“Querem escravizar o mundo e nos levar de volta à Idade Média”, alertou Netanyahu, insistindo que Israel atua como um “muro” entre o Irã e o Ocidente.

Além disso, o primeiro-ministro conversou nesta quarta-feira com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em sua primeira ligação em sete semanas. O diálogo, que também contou com a participação da vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris, focou nas opções que Israel está explorando em resposta à onda de mísseis iranianos, que recentemente têm visado instalações nucleares e bases petrolíferas.

Na semana passada, Biden afirmou que “estamos discutindo” a possibilidade de uma ofensiva contra instalações de petróleo no Irã, mas sugeriu que seria prudente explorar outras alternativas. “Se estivesse no lugar deles, consideraria outras opções que não atacar os campos petrolíferos”, disse inicialmente, mas acrescentou que, de qualquer forma, a decisão final será tomada pelo gabinete de guerra de Israel, já que “nós não ‘permitimos’ nada a Israel, apenas aconselhamos”.

No entanto, seu tom foi diferente ao ser questionado sobre uma possível ofensiva contra bases nucleares em Teerã. Biden foi claro ao dizer que a Casa Branca não apoiará essa ação, afirmando que “eles têm o direito de responder, mas devem fazê-lo de maneira proporcional”.

Além dos Estados Unidos, o Reino Unido também está acompanhando de perto os planos de Israel contra seu principal rival. Na véspera, Richard Dearlove, ex-chefe do Serviço Secreto de Inteligência, comentou em entrevista à rádio Times que, apesar de haver um “padrão” nos conflitos no Oriente Médio, agora “algo fundamental está mudando”. Segundo ele, “Israel, contrariando as expectativas, desafiou a política do Irã de lutar e desestabilizar” a região, percebendo que tem a capacidade de expor essas ações.

“Na minha opinião, Israel vai responder de uma maneira que punirá duramente o Irã, sem se importar com as consequências”, acrescentou Dearlove. Ele também sugeriu que essa resposta pode “desestabilizar o regime iraniano”, atingir suas capacidades de mísseis e, possivelmente, “eliminar parte de sua capacidade nuclear”.