Paraná manda recolher livro vencedor do Jabuti de escolas

A Seed-PR (Secretaria do Estado da Educação do Paraná) enviou um ofício para que exemplares do livro “O Avesso da Pele”, de Jeferson Tenório, sejam recolhidos nas escolas de Curitiba, no Paraná.

Paraná manda recolher livro vencedor do Jabuti de escolas
Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Jeferson Tenório (@jeferson.tenorio.9)

O MEC (Ministério da Educação) se pronunciou no sábado (2.mar) a respeito das críticas direcionadas ao livro compartilhadas por apoiadores de Bolsonaro. “Peças de desinformação estão repercutindo de maneira deturpada a escolha da obra ‘O Avesso da Pele’ como material a ser adotado em salas de aula no Brasil”, disse a entidade em comunicado.

Segundo o ministério, a escolha das obras literárias adotadas nas salas de aula é feita pelos educadores de cada escola, sendo distribuída somente às instituições de ensino que escolherem a obra, e não “a despeito de qualquer manifestação dos educadores pelo envio dos livros”.

Na 6ª feira (1º.mar), o vereador Rodrigo Rabuske (PRD-RS), de Santa Cruz do Sul, criticou o MEC em um vídeo publicado nas redes sociais. Ele afirmou ser “frustrante” ver um livro com palavras de “baixo calão” ser distribuído pelo governo federal às escolas. Acrescentou ter registrado uma moção de repúdio à distribuição.

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Rodrigo Rabuske (@rodrigorabuskee)

A ideia de que a obra estaria sofrendo censura é apoiada também por parlamentares como Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, e a ministra da Cultura, Margareth Menezes.

“Nós estamos assistindo nos últimos dias um ataque vergonhoso e uma fake-news mentirosa promovida e multiplicada por parlamentares e lideranças bolsonaristas ao que diz respeito ao livro do consagrado escritor Jeferson Tenório”, disse Pimenta em trecho de vídeo publicado nas redes na 3ª feira (5.mar).

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Paulo Pimenta (@pimenta13br)

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, argumentou na 4ª Conferência Nacional de Cultura, realizada em Brasília, na 2ª feira (4.mar), que a postura do governo em contemplar todos os temas na educação “é democrática”. Sobre os ataques, afirmou que cerceiam “a possibilidade de jovens terem a oportunidade de ver o racismo na perspectiva de quem sofre”.

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Jeferson Tenório (@jeferson.tenorio.9)


Esta reportagem foi produzida pela estagiária de jornalismo Bruna Aragão sob a supervisão do editor-assistente Victor Schneider.