Livro que revela bastidores da atuação de Aras na PGR é lançado em SP

O livro “O Procurador”, sobre a atuação de Augusto Aras à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR) entre 2019 e 2023, foi lançado nesta quinta-feira (4), em São Paulo.

Foto: Correio Braziliense

Foto: Correio Braziliense

O livro “O Procurador”, sobre a atuação de Augusto Aras à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR) entre 2019 e 2023, foi lançado nesta quinta-feira (4), em São Paulo.

Estiveram presentes no evento personalidades como Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula 3, e o ex-presidente do PT José Genoino. Aras não compareceu ao evento.

Escrito pelo jornalista Luís Costa Pinto, a publicação aborda detalhes de como Aras atuou para o fim da Operação Lava Jato, pela desarticulação de conluios golpistas entre 2021 e 2022 e deixou de denunciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por sua atuação durante a pandemia de Covid-19.

Aras foi indicado e reconduzido à PGR por Bolsonaro.

Segundo Costa Pinto, a ideia de escrever o livro surgiu a partir do recebimento de documentos que falavam de ilegalidades cometidas pela PGR durante a Operação Lava Jato, como troca de mensagens entre procuradores, processos de correição, por exemplo.

"No meio desse processo eu estava lendo o material quando um amigo em comum resolveu me apresentar — eu não conhecia o Aras. Tivemos uma longa conversa”, disse Costa Pinto à CNN.

Segundo o autor, Aras ponderou que foi escrita muita coisa por ele contestando sua ascensão à PGR, mas que isso não atrapalhou o diálogo entre os dois.

“Ele disse: ‘Olha, você nunca foi injusto. Você foi duro, mas nunca injusto. Vamos conversar’. E, a partir dali, eu fui puxando fios de meada que me levaram a apuração não só do desmonte da Lava Jato, mas, sim, da participação da PGR na pandemia e sobretudo como a Procuradoria-Geral da República evitou a consumação de pelo menos três golpes de Estado em 2021 e 2022, idênticos ao que terminou acontecendo em 8 de janeiro de 2023”, explicou o jornalista.

Sobre a atuação de Aras durante o governo Bolsonaro na pandemia, o autor cita que o procurador afirmou que o ex-presidente falou coisas que não deveria na época, mas que o Estado funcionou no combate à doença.

“Eu deixo claro que sempre achei que ele deveria ter feito as denúncias. Ele contesta: ‘Olha, o Bolsonaro falou todas besteiras que não deveria ter falado naquele processo, mas o Estado brasileiro funcionou no combate à pandemia. E ele era o presidente da República, por isso não ouve a denúncia'”, finaliza Costa Pinto.