IA não vai tirar empregos, mas melhorá-los, diz Marcos Pontes

O senador Marcos Pontes (PL-SP) é otimista quanto à presença da IA (inteligência artificial) no mercado de trabalho.

Foto: Waldemir Barreto - Senado Federal do Brasil

Foto: Waldemir Barreto - Senado Federal do Brasil

O senador Marcos Pontes (PL-SP) é otimista quanto à presença da IA (inteligência artificial) no mercado de trabalho. Segundo o congressista, a tecnologia tem, cada vez mais, um papel complementar às atividades.

“Cada vez mais, a utilização desses recursos melhoram a eficiência. As pessoas falam que vamos perder muitos empregos com a inteligência artificial ou utilização dessas novas tecnologias, mas não. A IA transforma os empregos”, afirmou em entrevista ao Poder360.

Segundo um estudo do FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgado em janeiro de 2024, a IA deve afetar 40% dos empregos em todo o mundo. A projeção é de que, no Brasil, 22% dos postos sejam impactados de forma negativa. Já 19% podem ser beneficiados. Eis a íntegra, em inglês (PDF – 3 MB).

Para Pontes, para que a estimativa mais positiva se cumpra, é necessário que a transformação tecnológica seja acompanhada do investimento em qualificação ampla dos profissionais. “A cadeia precisa ser aprofundada para chegar no dono da lojinha e no feirante”, disse.

O senador e vice-presidente da FPBC (Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo) participa nesta 3ª feira (2.jul.2024) do Fórum de Competitividade 2024. O evento reúne empresários, congressistas e diversos agentes políticos dos setores público e privado para discutir o reflexo da transformação digital na produtividade e no crescimento econômico.

O congressista conversou com o Poder360 sobre a IA na gestão pública e na produção científica no Brasil. Assista (13min9s):

Leia abaixo os destaques da entrevista:

  • transformação digital de ponta a ponta:

“É importante para a competitividade do Brasil que os 3 setores de produção –agronegócio, comércio e indústria– estejam trabalhando em consonância. O desenvolvimento desses sistemas deve ser feito tanto na parte mais básica da ciência, como no desenvolvimento da melhoria de startups ou no crescimento de empresas com o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]. Isso precisa ter aplicação não só nas grandes empresas, mas se espalhe nas pequenas, no pequeno negócio daquele cara que tem uma lojinha numa cidade do interior. Tem que levar para todo mundo.”

  • medo da IA:

“Existem certos mitos com relação à inteligência artificial. Quem tem medo da IA acha que ela vai chegar como o [ator, Arnold] Schwarzenegger, o Exterminador do Futuro, atirando em todo mundo. Isso não existe. Na realidade, tem ainda muita coisa que a IA pode fazer por nós que a maioria das pessoas não se deram conta. Ela pode melhorar muito a eficiência no dia a dia.”

  • inteligência artificial na gestão pública:

No tratamento de banco de dados, o governo tem condição de fazer um cruzamento para combater o crime organizado. Imagine todo o nosso Brasil interligado num banco de dados no setor de segurança pública de forma que você possa fazer esse cruzamento, inclusive, com dados bancários. Podemos fazer diretamente com a inteligência artificial. Na saúde, todo o controle, filas, ajustar o que precisa ter e onde. Você consegue fazer uma otimização de tudo isso que vai economizar dinheiro e melhorar a eficiência dos serviços de saúde. Na produção rápida de documentos muita coisa dá para ser melhorada e aperfeiçoada.”

Programação

Essa é a 2ª edição do Fórum de Competitividade. O encontro é realizado em Brasília. O jornal digital Poder360 transmite o evento pelo canal do YouTube.

Segundo a diretora-executiva do MBC (Movimento Brasil Competitivo), Tatiana Ribeiro, a ideia do evento é trazer o debate sobre a digitalização dos serviços e o uso da inteligência artificial para fora da bolha tecnológica.

É preciso demonstrar a importância que o tema terá para o futuro e priorizá-lo no debate político, econômico e social, disse.

Assista, ao vivo, a partir das 8h30:

Eis os painéis do evento e os participantes:

3ª feira (2.jul.2024)

Abertura, às 8h30

  • Marcos Pontes, senador e vice-presidente da FPBC;
  • Arnaldo Jardim, deputado federal e presidente da FPBC;
  • Julio Lopes, deputado federal e secretário-geral da FPBC;
  • Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do conselho do MBC (Movimento Brasil Competitivo);
  • Ricardo Cappelli, presidente da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial);
  • Silvia Massruhá, presidente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

“Uma conversa sobre inteligência artificial e impacto social“, às 9h30:

Políticas Digitais para o Desenvolvimento Socioeconômico“, às 10h:

  • Márcio Elias, secretário-executivo do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços);
  • Marcos Pontes, senador;
  • Luísa Canziani, deputada federal;
  • Eduardo Gomes, senador;
  • Rodrigo Maia, presidente da CNF (Confederação Nacional das Instituições Financeiras) e ex-presidente da Câmara dos Deputados;
  • Leonardo de Castro, vice-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Transformação Digital para a Competitividade“, às 11h:

  • Bruno Dantas, presidente do TCU (Tribunal de Contas da União);
  • Jorge Miranda, prefeito de Mesquita (RJ);
  • Thiago Rached, cofundador e CEO da Letrus;
  • Ailton Brandão, diretor de tecnologia de informação do Hospital Sírio Libanês.