Mulheres, avanços e desafios

Neste ano, ao falarmos sobre o Dia Internacional da Mulher, podemos afirmar que conseguimos avanços com medidas recentes implantadas para construirmos ações afirmativas.

Mulheres, avanços e desafios

Neste ano, ao falarmos sobre o Dia Internacional da Mulher, podemos afirmar que conseguimos avanços com medidas recentes implantadas para construirmos ações afirmativas. Mas os desafios ainda são muitos, principalmente no que diz respeito às diversas formas de violência sofridas por muitas mulheres, seja no ambiente doméstico, no trabalho ou no convívio social.

Um dos avanços que muito me orgulha é o Orçamento Mulher que, de forma simplificada, significa dizer que agora podemos nos ‘enxergar’ dentro dos orçamentos públicos, pois todos os projetos e respectivas aplicações de recursos financeiros destinados ao público feminino passam a ser visivelmente destacados para conhecermos o que de fato está sendo feito pelo poder público para nos atender.

O Orçamento Mulher proporciona clareza e a partir dele também podemos avaliar se o que foi realizado cumpriu seu objetivo, bem como apontar a necessidade de mudanças ou de novas ações.

A emenda para a criação do Orçamento Mulher foi apresentada pelo deputado Carlos Avallone, meu companheiro de vida inteira e que está sempre aberto a nos escutar e atender às nossas demandas. Acrescento aqui também a Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa, criada com o viés de identificar e elaborar projetos legislativos para as mulheres, onde o deputado é sub-procurador.

Portanto, verificamos um novo cenário, mais positivo do que aqueles vividos em outras épocas, não tão remotas. Estamos à frente de empresas, na política, nas universidades, nas associações de bairros, nos sindicatos e conciliando com nossos afazeres domésticos e cuidados com os filhos.

Porém, ainda me incomoda muito ver que Mato Grosso persiste em ser conhecido como o primeiro na taxa de feminicídio no país, conforme dados do Fórum Nacional de Segurança Pública.

A morte é o ato final e nefasto da violência, que começou antes com agressões físicas e verbais que causam um estrago psicológico tão grande que imobiliza. A independência financeira aliada à saúde mental são, sem dúvidas, duas frentes de trabalho que precisamos ampliar.

Como vereadora vejo que para avançarmos também temos que ir até onde a maioria das mulheres está. E elas estão nos bairros, nas comunidades. São nesses locais que podemos ouvir, ver e sentir a realidade de quem vive a violência doméstica, desemprego e a preocupação com os filhos.

Por isso tenho estado nos bairros. Estou e quero continuar presente na vida dessas mulheres guerreiras. Nosso trabalho tem sido oferecer cursos de qualificação e profissionalização, mas também de acolhimento psicológico. Nessa esteira, conseguimos do deputado Avallone uma emenda no Orçamento de Mato Grosso de 2024 para o fortalecimento da estrutura pública e dos serviços voltados para a saúde mental da população em geral, mas com um olhar especial às mulheres.

Continuarei com vocês mulheres, nos bairros, porque é onde sinto que posso trabalhar parcerias visando melhorias para a qualidade de vida de vocês, de seus filhos e da comunidade em geral.

Maria Avalone é suplente de vereador por Cuiabá e presidente do PSDB Mulher/MT